Política
Presidente da Colômbia 'Os incomodados que se retirem '
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, causou forte repercussão internacional ontem (23) ao discursar na 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York (EUA). Em um pronunciamento repleto de críticas ao presidente estadunidense, Donald Trump, o colombiano provocou a saída imediata da delegação dos EUA, em protesto.
Logo nos primeiros 5 minutos de fala, as câmeras registraram diplomatas dos EUA abandonando seus assentos. Durante o discurso, o colombiano denunciou o “consumo desmedido de drogas” no país, a decisão de Washington de descertificar seu governo na luta contra o narcotráfico e ainda criticou operações militares em águas internacionais. Segundo ele, a migração é usada como “desculpa para que uma sociedade rica, branca e racista se sinta raça superior”, enquanto conduz a humanidade “ao abismo da extinção”.
Petro foi ainda mais direto e afirmou que a política externa de Trump em relação a Colômbia, Venezuela e Caribe é “assessorada por colombianos aliados da máfia da cocaína”. O presidente colombiano também lembrou sua trajetória como senador, quando denunciou políticos ligados ao paramilitarismo e ao narcotráfico: “Quiseram me matar muitas vezes por isso, e agora querem que eu me cale como presidente”.
O mandatário colombiano rebateu a decisão de descertificação anunciada pelo Departamento de Estado. “Este governo foi o que mais confiscou cocaína na história e, mesmo assim, me descertificam”, afirmou. Para ele, Trump não tinha “direito humano, divino ou racional” de adotar tal medida. Petro ainda acusou os EUA de hipocrisia, lembrando que o ex-presidente Iván Duque “teve um financiador narcotraficante em sua campanha e não foi descertificado”.
Petro também denunciou o genocídio em Gaza, responsabilizando Israel e acusando Trump de cumplicidade. “Este recinto é testemunha muda e cúmplice de um genocídio”, afirmou, em discurso que se estendeu por 41 minutos.
O presidente foi aplaudido ao final de seu discurso. Essa foi sua última participação na Assembleia da ONU, já que seu mandato termina em 7 de agosto de 2026.
Credito Brasil de fato